26 de jun. de 2009

Agora assim


Ou Isto Ou Aquilo (Cecília Meireles)

Ou se tem chuva e não se tem sol, ou se tem sol e não se tem chuva! Ou se calça a luva e não se põe o anel, ou se põe o anel e não se calça a luva! Quem sobe nos ares não fica no chão, quem fica no chão não sobe nos ares. É uma grande pena que não se possa estar ao mesmo tempo nos dois lugares! Ou guardo o dinheiro e não compro o doce, ou compro o doce e gasto o dinheiro. Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo... e vivo escolhendo o dia inteiro! Não sei se brinco, não sei se estudo, se saio correndo ou fico tranqüilo. Mas não consegui entender ainda qual é melhor: se é isto ou aquilo.

A VOCAÇÃO DE SER BENZEDEIRA

Abaixo uma reportagem que escrevi para a disciplina de Técnicas de Reportagem, ministrada pelo professor Demétrio Soster.

As benzedeiras

Elas fazem parte da cultura popular. A maioria é de uma generosidade incrível. Por mais antiga que seja a tradição, as benzedeiras se encontram mais vivas do que nunca. Basta ter vocação e força de vontade. Mesmo com a medicina avançada, muitas pessoas recorrem a elas para os diversos tipos de cura. Sejam os chás, a reza de água benta, “benza” para dor de cabeça, quebrante, picada de inseto, entre outros. Elas têm as respostas para as perguntas da medicina: as benzedeiras.

Para encontrá-las não há endereço. Basta perguntar nas ruas que logo alguém conhece ou já ouviu falar delas. Na maioria são velhas e simples. É olhando para o rosto e contando suas rugas que encontramos a idade delas. Quem acredita em benzedeira, jura que elas fazem milagres. Muitos criticam, outros pensam que é pura bobagem. Há ainda os que dizem que é “coisa de bruxaria”, mas ninguém se atreve a falar isso na frente delas.

No interior da cidade de Agudo, no estado do RS, vive a benzedeira Irena Katza Becker, 82 anos, viúva, mãe de um filho. Irena, nome complicado de pronunciar, mas fácil de se deixar levar pelos olhos claros que transmitem bem-estar. Benzedeira assumida com muito orgulho, Rena, como é mais conhecida, parou de benzer há dez anos, pois se considerava acima da idade. “Parei porque tinha que cuidar mais de mim”, disse Rena.

Os ensinamentos foram passados pelo avô quando Rena tinha apenas 10 anos. Muita nova, já sabia que nos benzimentos encontraria a cura para muitos males. “Benzo para dor de cabeça, mordida de aranha, quebrante”, explica Rena. Ela fala pouco. As palavras e os entendimentos se transmitem pela expressão do rosto. E que rosto. Que olhar. Um olhar profundo digno de uma benzedeira que cultivou sabedoria durante sua vida.

Não muito longe de Agudo, em Vila Rosa, interior de Restinga Seca, mora sozinha numa casa modesta, mas aconchegante, Dona Arcelina Ferreira Preste, 71 anos, conhecida por Lica. Natural de Sobradinho, há trinta anos veio para Restinga onde permanece até hoje. Além de benzedeira, Lica também é massoterapeuta. Ela diz: “Cuido mais da parte espiritual de Deus. Invoco em Deus por força do espiritualismo”.


Ser benzedeira, como Lica diz: “Tem que ter o dom da natureza”. Ela acrescenta: “Aprendi com meu pai que também benzia e até hoje sei olhando no olho, quem acredita ou não. Se não acredita, não ajuda”. Acreditar é um requisito importante para quem quer ser curado. Mais importante do que acreditar, é a fé. Lica esclarece: “Porque se tem fé o resultado aparece”.

Em relação a essa tradição que passa de geração para geração, Lica afirma, já com lágrimas no rosto: “Os velhos tão se indo, e os novos não se interessam. Isso é uma coisa que com o tempo vai terminar. Hoje tem tanta coisa ruim, olho grande, falsidade, e os benzimentos são apenas coisas boas”. Lica não cobra pelo benzimento. “Deus nunca cobrou para fazer o bem. Eu curo e quando a pessoa é curada, ela fica feliz e me dá um presente”.

Para não se sentir muito só, Lica cria galinhas nos fundos da casa. “Gosto de tratá-las e costumo conversar com elas”. E não pretende parar tão cedo de benzer. “Se depender da minha força de vontade vou benzer até os dias que Deus me permitir”.

O tempo ensinou muito a Lica, que é viúva, já perdeu uma filha e criou a neta. Na sala humilde, há vários porta-retratos de fotos da filha e neta que criou com muito orgulho. Simpática, adora conversar e relembrar os velhos tempos. Conta, com alegria, várias histórias sobre seus benzimentos. Ao fundo, na sala há apenas um retrato de Maria e Jesus. “É para dar sorte”. Além dos benzimentos, Lica gosta de tratar as pessoas anêmicas. Atende também aqueles que sofrem de nervos e faz vitaminas para crianças e adultos.

Se depender de Marisa Teresinha Machado Schiefelbein Bley, 36 anos, as benzedeiras vão continuar por algum tempo. Aprendeu a benzer com sua avó, aos 12 anos, e não se arrepende. “Achava interessante ela conseguir curar a dor, e então pedi a ela que me ensinasse”, comenta Marisa.

Antigamente, a relação das benzedeiras com a medicina mantinha conflitos mais acirrados. Hoje, porém, a situação já está mais branda. É o que esclarece o Dr. Mario Lutke: “Isso é uma crença que está presente na vida da humanidade há muito tempo. Anos atrás, lembro que os médicos criticavam muito o rito feito por elas. Eu não acredito, mas respeito. Isso vai da cabeça de cada pessoa”.

Frei Luis Carlos defende o trabalho que as benzedeiras realizam. “Existe muita fé nesse processo. Se fosse algo contra a palavra de Deus, mas não é. As benzedeiras, pra quem acredita, só ajudam”.

Benzer para curar. Esse ritual faz parte de um imaginário popular deste tempos imemoriais. Não importa o tempo, a classe social, a religião. Para quem acredita, a fé, muitas vezes, é mais importante que a ciência ou a razão. Mesmo com a idade avançada das benzedeiras, o amor em curar é mais forte e dispensa férias. As que já se ausentam do ato de benzer tem seus motivos particulares, a maioria é devido ao problema de saúde. As que continuam benzendo, fazem por vontade e amor. Sempre haverá quem critique e quem simpatize. Mas isso não importa. Falem mal ou bem, elas amam o que fazem.

25 de jun. de 2009

Festa junina







Ontem, dia 24 de junho, aconteceu a animada festa junina da biblioteca.
O pessoal todo caipira compareceu.
Muito animada a festa.
O registro está nas fotos.


18 de jun. de 2009

Pra que o canudo?


Estou visivelmente abalada com a decisão do Supremo Tribunal de eliminar a obrigatoriedade do diploma para o exercício do jornalismo.


Isso não afeta apenas a mim, estudante de Jornalismo, mas toda a sociedade que clama por um imprensa com mais ética.


Muitos defendem a decisão do Supremo, por usarem como exemplos grandes escritores que foram grandes jornalistas. Mas isso não cabe agora.


A imprensa com vários profissionais qualificados trabalhando já tem seus erros cometidos, imagina alguém sem estudo se torna jornalista.


Só não sei o que vou comentar com o meu pai. Nem saberei como defender uma profissão que estudo e espero no futuro exercer.


É triste. Lamentável.

17 de jun. de 2009

Poema


Silêncio, Nostalgia... Silêncio, nostalgia... Hora morta, desfolhada, sem dor, sem alegria, pelo tempo abandonada. Luz de Outono, fria, fria... Hora inútil e sombria de abandono. Não sei se é tédio, sono, silêncio ou nostalgia. Interminável dia de indizíveis cansaços, de funda melancolia. Sem rumo para os meus passos, para que servem meus braços, nesta hora fria, fria?
Fernanda de Castro, in "Trinta e Nove Poemas"

12 de jun. de 2009

A menina e o cavalo


Uma noite dessas a caminho para casa, depois do trabalho, olhei para o céu e avistei a linda lua. Cheia de charme, transparecendo muita beleza eu a olhei profundamente. E pausada mente.

Confesso que sou uma adoradora de lua. A lua é encantadora. É pura magia.

No instante que olhei a lua, me veio a tona uma lembrança de uns dez anos atrás.

Estava eu com meus 10 anos visitando parentes pela cidade de Bagé. Nessa época eu tinha uma amiga, diga-se de passagem, a primeira amiga de confidenciar segredos.

Agora no momento não vem a cabeça o nome desta, que naquela época era pequena e hoje uma especial amiga.

Mas lembro que estávamos no campo em um belo dia de sol olhando para os cavalos. Então deitamos no pasto e ficamos horas, ou melhor a tarde inteiro admirando o céu. E lá ficamos. Sem preocupação, sem compromisso. O dia foi enorme, teve sentido. Foi quando minha amiga disse :

“Olha a lua que bonita. Mesmo com o céu azul ela é perfeita”.

Eu complementei:

“É verdade".

Minha amiga então me perguntou:

“Angélica, o que tu vê na lua? Que desenho?"

“Não sei. Sei lá”

Ela então respondeu:

“Olha, acho que tu nunca vai esquece o que vou de falar. Espero que se lembre quando a gente já estiver bem velha. Eu vejo um cavalo com uma menina em cima”

No mesmo momento eu quase chorei. Foi tão lindo ouvir aquilo que até hoje quando olho pra lua escuto a minha amiga falando, do cavalo e da menina na lua.

O estranho, é eu não conseguir ver mais a menina e o cavalo. A falta de tempo, tem me tirado até os sonhos. Que triste.


10 de jun. de 2009

vento

Tudo passa. A vida passa , a gente passa.
Uma dor, um alívio, surpresa, dia de aniversário, infância, a adolescência, a saudade, a felicidade, a raiva, o arrependimento, a desculpa, o dia perfeito, o dia mais triste, a solidão, a bela companhia, o dia da prova, o dia da festa, a semana do trabalho, a saudade.

Por isso viver intensamente.

9 de jun. de 2009

Ansiedade


Tenho um sério problema que me atrapalha muito: a ansiedade. E posso afirmar que ela se faz presente quase todo dia.

Fico nervosa por pequenas coisas que ao meu ver são enormes.

Hoje participai do II Seminário de Grupos de Pesquisa da Unisc. Uma ótima experiência, mas muito água de melissa para eu me acalmar. É incrível esse meu nernosismo que toma conta de mim.

Ao meu ver foi uma manhã de grande importância. Já pensei em minha monografia, e o quanto quero continuar no grupo de pesquisa.

E isso me deixou muito feliz. Planos sendo semeados. É isso aí.


3 de jun. de 2009

Sonhos interrompidos

Fiquei bem triste com a notícia do desaparecimento da aeronave A330 da Air France que desapareceu quando ia do Rio de Janeiro para a França no domingo.

Eram 228 vidas que se perderam.Sonhos inacabados, vidas destruídas.
A perda maior é para os familiares e amigos que ficam angustiados a procura de corpos, de respostas, de incertezas e com muita tristeza.

Acidentes, violência, morte, nos deparamos todos os dias. Mas quando se fala de uma catástrofe dessas os corações do mundo inteiro ficam partidos.

Não consigo imagina tamanha a dor desses familiares.
Meu abraço a eles.
LUTO


1 de jun. de 2009

Ovo


Descoberto esse meu sonho em ser uma galinha e a real de que esse sonho não é possível, foi fácil depois perceber que várias coisas não nos são permitidas, e com isso lidamos para o resto da vida.

Fui crescendo e a 'vontade de ser" outras coisas, (seja animais, objetos, tempestades, pessoas) foi aumentando.

Ser, querer ser. Fácil dizer, complicado entender.
Viver. Ser a gente. Aceitar eu Angélica.
Não foi nada fácil. A tanta coisa mais legal pra ser e pq eu não posso?

A descoberta pelo ovo que a galinha coloca até hoje me fascina.
É lindo demais!Espetacular.
Algo divino. Pois no ovo, a vida!!!

Parabens a vc pai por me ensinar a compreender.
E as galinhas, que vida bela vcs tem.

Boa semana